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Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
O preço da carne bovina disparou nas últimas semanas em todo o país. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), alguns cortes, como o coxão mole e o contrafilé, tiveram alta de quase 50% do que era cobrado no mês passado.
Em Santa Maria, a realidade não é diferente. O tradicional churrasco de final de ano vai pesar mais no bolso de consumidor. O preço está até 30% mais caro em relação a novembro.
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Na tarde desta segunda-feira, a reportagem pesquisou os preços dos cortes mais procurados pelos santa-marienses em cinco supermercados e quatro açougues da cidade. O quilo variava de R$ 20 (costela) a quase R$ 56 (filé mignon).
O surto de peste suína na China á a principal causa para a disparada dos preços no Brasil. O país asiático é o maior consumidor de proteína animal do mundo, e com a diminuição de cerca de 40% do rebanho suíno, mais pessoas estão consumindo carne vermelha naquele país. O aumento expressivo na procura pressionou os preços no Brasil, que tem o maior rebanho comercial bovino do mundo.
O valor do quilo (em R$)*
LOCAL Casa de Carnes Liberdade (R. Caldas Jr, Passo D'Areia) | Costela normal 23,99 | Maminha 43,99 | Agulha c/ osso Não vende | Alcatra 34,99 | Coxão mole 31,99 | Picanha 52,99 | Filé mignon 45,99 |
Rede Vivo (Av. Hélvio Basso) | 22,39 | 40,99 | 15,99 | 42,69 | 43,99 | 45,79 | 47,39 |
Beltrame | 21,90 | 36,90 | 14,90 | 37,50 | 32,90 | 45,90 | 47,90 |
Supermercado Peruzzo | 21,98 | 39,98 | 14,98 | 42,98 | 35,98 | 52,98 | 55,98 |
Supermercados Big | 20,90 | 29,90 | 15,90 | 38,90 | 28,90 | 49,90 | 49,90 |
Supermercado Stangherlin/Rede Super | 20,90 | 33,90 | 14,90 | 36,90 | 32,90 | 39,90 | 39,90 |
Meat Shop (RSC-287, Camobi) | 20,00 | 43,00 | 11,90 | 29,90 | 28,90 | 49,00 | 49,00 |
Casa de Carnes Camobi (RSC-287) | 22,90 | 32,90 | 15,90 | 32,90 | 30,90 | 42,90 | 43,90 |
Rancho das Carnes (R. Tuiuti, Bairro Fátima) Média de preço | 25,90 22,31 | 37,90 37,71 | Não vende 14,92 | 39,90 37,40 | 34,90 33,48 | 49,90 47,69 | 49,90 47,76 |
PRODUÇÃO MENOR
Entretanto, para o professor Leonir Luiz Pascoal, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), existem outros dois motivos para a alta no preço. O primeiro é a diminuição, já natural, da oferta de gado nesta época do ano, especialmente no Rio Grande do Sul.
A segunda explicação está na diminuição do investimento dos produtores na manutenção da pecuária, já que a produção de soja tem sido mais vantajosa nos últimos anos.
- O preço, ao longo do tempo, vai diminuir um pouco, mas não vai voltar ao patamar que ele estava. Vai ficar no meio do caminho do que esteve e do que está. Com o preço que está hoje, a cadeia não se sustenta - avalia.
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Nos supermercados da cidade, a alta já é perceptível entre os consumidores, que buscam outras opções de proteína à mesa.
- Está muito caro. Ultimamente, estou consumindo mais carne de frango, que ainda está dando para comprar - diz a professora Maria Cristina Oliveira, 58 anos.
Para os donos dos estabelecimentos que vendem carne de gado, a tática tem sido repassar o aumento de forma paliativa ao consumidor, diminuindo a margem de ganho sobre o produto.
- Diminuímos o lucro para não repassar tudo de uma vez. Tivemos cortes que tiveram alta de 20% a 30% em relação ao preço que era cobrado - relata Eduardo Stangherlin, proprietário dos supermercados Stangherlin, da Rede Super.
*Colaborou Melissa Konzen